domingo, 22 de setembro de 2013

O PRÍNCIPE FAZ 500 ANOS

É primavera de 1513 na Itália pontilhada de Repúblicas e Principados belicosos e antagônicos. Giovanni de Medici se torna o Papa Leão X. Nicolau Maquiavel é liberado a voltar a Florença renascentista onde dá continuidade à obra "Os Discursos" que iniciara no exílio rural a que foi submetido pelos Medici. Numa tentativa de recuperar seu prestígio na Corte dos Medici, ele para com o que está escrevendo e dá início a uma obra que conclui em três meses, e pela qual se tornaria conhecido através dos Séculos: O Príncipe - escrito para agradar a Lorenzo di Piero de Medici - tornou-se o clássico mais falado nos últimos 500 anos. 

E pensar que Lorenzo II não só não deu tanta importância assim, como nem chegou a lê-lo. Maquiavel morreu sem vê sua obra-prima publicada.

O Príncipe inaugura a filosofia política moderna. Tornou-se um verdadeiro manual para governantes de todas as cores e credos. É ao mesmo tempo amado e odiado e, até os dias de hoje, estudiosos de todo o mundo se debruçam sobre ele, buscando entendê-lo. 

- "Aja com ousadia no começo. O público tem atenção por pouco tempo, e isso vai fazê-los esquecer realizações do seu antecessor, e impressioná-los com o seu vigor."

- "Muitos acham que eu deveria ensinar as pessoas como ir aos céus, mas eu prefiro ensinar-lhes a caminhar para o inferno, só assim elas saberiam como desviar-se dele."

- "Os vínculos de amor é algo que os homens quebram quando é para sua vantagem o fazer. Mas o medo é reforçado por um pavor de punição que nunca os abandona."

- "O príncipe deve manter uma relação de equilíbrio entre o amor e o temor. O amor, sozinho, concede muita liberdade ao povo. Desta forma o príncipe seria comandado pelo povo, e assim, em uma situação em que aquilo que é oferecido em troca pelo amor deixa de ser necessário, o amor também deixa de existir. O homem ama de acordo com seu próprio arbítrio, mas temem segundo a vontade do príncipe..."

Maquiavel virou sinônimo de político inescrupuloso, amoral, cínico, corrupto. É uma enorme ingratidão para um homem que pôs luz sobre um tema tão importante para as relações humanas.

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