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..........Duas urnas funerárias (igaçaba, para os arqueólogos: espécie de jarra grande de cerâmica usadas por ameríndios para sepultarem seus mortos), possivelmente de 500 a 2.000 anos, foram encontradas no município de Pilões (Paraíba), no último dia 15, por arqueólogos de Pernambuco e operários da empresa que escava uma montanha para instalação de uma subestação de energia elétrica da CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).
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..........Duas urnas funerárias (igaçaba, para os arqueólogos: espécie de jarra grande de cerâmica usadas por ameríndios para sepultarem seus mortos), possivelmente de 500 a 2.000 anos, foram encontradas no município de Pilões (Paraíba), no último dia 15, por arqueólogos de Pernambuco e operários da empresa que escava uma montanha para instalação de uma subestação de energia elétrica da CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).
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..........A CHESF e a Energisa estão instalando suas subestações de energia, que atenderão a região nordeste da Paraíba e parte do Rio Grande do Norte, em solo pilonese. Para isso, o topo de uma montanha está sendo removido por completo. Em alguns locais foi retirada uma camada de mais de dois metros de profundidade. As urnas pré-históricas foram descobertas quando a máquina a serviço da CHESF topou com material cerâmico. Os arqueólogos da Universidade de Pernambuco, contratados para fazerem a prospecção científica da área, e que já haviam encontrado pequenos objetos feitos de pedra (machadinhas, adornos, etc.) na superfície, resolveram fazer escavações em aproximadamente 40 pontos da área. Para surpresa de todos, três dessas escavações deram em uma grande quantidade de objetos cerâmicos, sendo duas delas, urnas funerárias. Uma das urnas estava totalmente quebrada, mas a outra foi encontrada intacta (com a remoção do solo circundante, o material interno à urna aumentou de volume devido a variação de temperatura - possivelmente - quebrando-a). Uma grande quantidade de "tigelas cerâmicas", com paredes extremamente finas, possivelmente utilizadas no ritual de sepultamento, faz parte do achado.
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...........Se confirmadas as previsões dos arqueólogos da Universidade Federal de Pernambuco que foram chamados ao local, estaremos diante de uma das mais importantes descobertas do gênero na Paraíba. Sítio desse tipo não é incomum no território brasileiro. Temos relatos de achados semelhantes em vários outros estados do Brasil, entretanto, no nosso Estado, são poucos os registros. Em meados dos anos 1960, aqui mesmo na Paraíba, uma igaçaba foi encontrada em poder de um fazendeiro da região do Pico do Jabre (última foto) e identificada como sendo de ameríndios do tronco Tupi que costumavam enterrar seus mortos em jarras cerâmicas.
...........As urnas descobertas em Pilões são diferentes da mostrada na foto, tendo uma delas (a que foi encontrada intacta) chamado muito a atenção dos arqueólogos pelo seu porte avantajado. Se confirmada a idade atribuída pelos cientistas de Pernambuco - de até 2.000 anos - os materiais achados ali não podem ser de índios da nação Tupi (Potiguaras e Tabajaras) que chegaram ao território paraibano há apenas 500 anos, por volta dos anos 1500 DC. E mais, o local onde se situa o cemitério indígena fica na borda oriental do Planalto da Borborema, tradicionalmente ocupado (até os anos 1600) por ameríndios da nação Cariri (Bucaças, em Areia. Janduhys, em Bananeiras). Trata-se do topo de uma montanha estrategicamente escolhida para permitir a visão completa do grande vale do Rio Mamanguape (de lá, é possível ver todo o leito do Rio Araçagí, afluente do Mamanguape). Os potiguaras e Tabajaras ocupavam a grande planície litorânea.
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..........Outros sinais da presença humana pré-colombiana em nosso município são encontrados em diversos locais do nosso território. Uma inscrição rupestre em uma pedra do leito do rio Araçagí (cachoeira do caldeirão, no engenho Pinturas de Baixo, 4 km da sede de Pilões), pode ser observada durante o período de vazante do rio. No mesmo rio, dois quilômetros a montante, já no engenho Pinturas de Cima, outras marcas na parede de uma pedra foram deixadas por civilizações que ocuparam a região antes da chegada dos Portugueses.
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...........As urnas descobertas em Pilões são diferentes da mostrada na foto, tendo uma delas (a que foi encontrada intacta) chamado muito a atenção dos arqueólogos pelo seu porte avantajado. Se confirmada a idade atribuída pelos cientistas de Pernambuco - de até 2.000 anos - os materiais achados ali não podem ser de índios da nação Tupi (Potiguaras e Tabajaras) que chegaram ao território paraibano há apenas 500 anos, por volta dos anos 1500 DC. E mais, o local onde se situa o cemitério indígena fica na borda oriental do Planalto da Borborema, tradicionalmente ocupado (até os anos 1600) por ameríndios da nação Cariri (Bucaças, em Areia. Janduhys, em Bananeiras). Trata-se do topo de uma montanha estrategicamente escolhida para permitir a visão completa do grande vale do Rio Mamanguape (de lá, é possível ver todo o leito do Rio Araçagí, afluente do Mamanguape). Os potiguaras e Tabajaras ocupavam a grande planície litorânea.
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..........Outros sinais da presença humana pré-colombiana em nosso município são encontrados em diversos locais do nosso território. Uma inscrição rupestre em uma pedra do leito do rio Araçagí (cachoeira do caldeirão, no engenho Pinturas de Baixo, 4 km da sede de Pilões), pode ser observada durante o período de vazante do rio. No mesmo rio, dois quilômetros a montante, já no engenho Pinturas de Cima, outras marcas na parede de uma pedra foram deixadas por civilizações que ocuparam a região antes da chegada dos Portugueses.
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..........Não sei qual vai ser o destino do material. Espero, apenas, que ele não saia dos limites do município de Pilões uma vez que é patrimônio nosso e uma boa razão para a criação do "Museu do Homem Americano de Pilões".
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