terça-feira, 20 de janeiro de 2009

UM NEGRO NO TOPO DO MUNDO.

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Barack Obama fez história ao tomar posse na Presidência dos Estados Unidos da América. Um país que até bem pouco tempo envergonhava o mundo ao tratar o negro como cidadão de segunda classe recebe, com alegria incomum, um mestiço de queniano como seu novo Presidente.
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Num entusiasmo só comparável, na história americana, aos experimentados por Abraham Lincoln (1861-1865) e John Kennedy (1961-1963), Obama foi aclamado em todos os Estados Unidos por uma população vibrante que esqueceu o frio e as dificuldades da economia mundial, especialmente da economia do seu próprio país. Com o lema "sim, nós podemos!", Barack encantou a América e o mundo com sua inteligência; seu sorriso fácil e envolvente, de quem acredita no que está falando; seu discurso firme e forte, mas ao mesmo tempo com a delicadeza necessária para tocar os corações de quem amargou oito anos de uma administração rude e truculenta. Conquistou a América e o mundo. Tornou-se o primeiro negro a ter o direito de sentar na cadeira principal do salão oval da Casa Branca.

Muitos poderiam ligar a imagem de Obama ao carismático Kennedy. É a primeira impressão que se extrai das manifestações populares; das imagens que povoam os noticiários internacionais. Também o momento histórico vivido pelos Estados Unidos faz lembrar aquele Presidente que pegou seu país no calor da Guerra-fria e o conduziu unido até que um louco ceifasse-lhe a vida. Outros lembrariam Lincoln, um autodidata filho de carpinteiro, que galgou os degraus da história agarrando-se com suas próprias mãos às poucas oportunidades que sua madrasta, pobre e analfabeta, pôde oferecer. Obama, assim como aquele, nasceu de uma família simples (o pai, um africano do Quênia), dedicou-se aos estudos, iniciou-se na política e, como um meteoro, chegou à Presidência da ainda maior economia e maior potência militar do globo.

.O novo Presidente da América vai receber um país envolvido em duas guerras intermináveis (Afeganistão e Iraque); no centro de uma crise econômica - comparável à grande recessão dos anos vinte -, que levou o resto do mundo a questionar sua liderança. Vai administrar o caos de uma nação que deposita todas as suas esperanças em um salvador da pátria. Vai dá certo? O tempo, senhor da verdade, tem quatro anos para nos responder.

Ao eleger Obama os Estados Unidos reconhece seu erro histórico, redime-se de seu passado vergonhoso, pede desculpas à população negra do mundo e faz história.

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