segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fim!

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É com um nó de saudade na garganta.
Com o som do silêncio que me acalenta,
Vivo a realidade amarga de minha vida
Prostrado, que estou, a lamentar a despedida

Sofro a dor tardia do descompromisso
Mergulhado no meu pensamento solitário
Melhor não houvesse acontecido tamanha dedicação
A que me permiti sem medo, livre, desarmado.

Não sabia do quanto me envolvera.
Nem tão pouco imaginava tal sofrimento
Que me fez pensativo, triste, arrependido
De ter-me permitido tamanha entrega

Saber-me assim, amargurado e triste.
Flutuando em pensamentos desconexos
Paralisado na dor incessante de minha alma
Esfacelada que está, diante de tão cruel golpe.

Não foi nada bom estar contigo!
Partilhar meus segredos, aflições
Desnudar-me, como fiz, sem medo
E padecer na desilusão em que me encontro

Não foi nada bom estar contigo!
Mergulhar em tuas armadilhas sem pensar
No que viria a ser o descompromisso
Tamanha a frieza do teu gesto de adeus.

Naquela noite, penúltima noite de nossas vidas, não foste só minha!
Impura que estavas, te entregastes sem remorso aos teus caprichos
Gozastes a noite repetida. Zombastes de minha ingenuidade, tão distraída
Que parecias inocente e pura, de tão descontraída.

Pensava eu fosse verdade tudo que dizias
Ledo engano me pegou desprevenido
Só querias gozar a carne, o momento a vida
Desprezando a emoção, a paixão o sentimento.

Acabou o que não deveria ter iniciado.
Saudades não ficam, apenas uma tênue tristeza.
Engasgada, que está, em minha alma esfacelada
Ferida, magoada, consternada com tamanha frieza.


J.di Astérios

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