Quando se fala na construção de uma barragem (foto ilustrativa) no leito do rio Araçagi-mirim, na altura do Engenho Boa-Fé, logo vem aquela velha preocupação: é se ela 'estourar' como aconteceu com a barragem construída no mesmo rio, na altura do Engenho Cajazeiras?
Preocupação que não tem tanta razão de ser. Primeiro, a barragem de Cajazeiras foi construída sem o menor cuidado técnico, e com poucos recursos: pelo que me consta, era uma construção particular; e segundo, não havia qualquer acompanhamento das condições de solidez da barragem, nem tão pouco um gerenciamento de seu volume hídrico. Resumindo: era uma bomba mesmo, e só poderia ter o fim que teve; - 'explodir'.
É claro que esses erros não serão repetidos, caso se opte por represar o rio na altura de Boa-Fé. O local vem sendo lembrado desde o tempo do Prefeito Alberd Cunha. O ex-Prefeito Iremar Flor incluiu o projeto no Orçamento do Município e chegou mesmo a assinar o ato de desapropriação da área, ato este que foi questionado pelos proprietários originais e até hoje rola na Justiça. Não consta que o Prefeito Iremar pagou a desapropriação. Eu mesmo não localizei empenho nem algo que possa indicar a quitação do ato.
O local traz vantagem, mas, também, desvantagens. Como vantagem eu incluiria o custo do empreendimento, o bom volume d'água, e a qualidade da água em si; como desvantagem eu citaria o tamanho da bacia, o risco de alagamento da estrada que passa ao lado, e, incluiria também, a eterna sensação de perigo a que seria submetida toda a população urbana de Pilões.
O rio Araçagi-mirim é um rio 'nervoso'; - em questão de horas ele passa de uns poucos centímetros de altura de lâmina d'água para algo superior a 2 metros. A largura alcança até 20 metros. Na parte mais veloz da lâmina d'água a velocidade ultrapassa os 60 metros por minuto. Eu já tive o cuidado de observar um desses momentos e pude estimar a velocidade da correnteza. O fato é que o Araçagi-mirim é violento e destruidor, já destroçou três passagens molhadas que tiveram o atrevimento de plantar em seu leito. E levou-as no primeiro 'beijo' que deu.
Construir uma barragem em Boa-Fé - o mesmo, vale para Cajazeiras - requer muito cuidado e obediência velada às questões técnicas, além, é claro, de um bom acompanhamento de gestão.
FOTO (ilustrativa): blogfalandofrancamente.com
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