quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A CHUVA

Tímida! Foi assim que ela apareceu hoje, se esgueirando por entre arbustos, ruas e esquinas de Pilões, como que tentando se esconder da gente que sofre com sua ausência prolongada. Rala! Como se encontra nossas florestas acinzentadas, esqueléticas e com ar fantasmagórico, incomum à nossa região, e incompatível com o verde eterno característico daqui. Sorrateira! Envergonhada que está, de ter causado tanto sofrimento a um povo que clama a Deus todos os dias por sua presença, por suas gotas.

Foi assim que a chuva caiu em nosso solo na manhã de hoje: em gotículas tão espaças que eu só não as contei porque não quis dedicar dois minutos do meu tempo para tão simples tarefa. Mal pisou em nosso chão e já se foi sem deixar rastro. Apenas provocou a poeira – acumulada por tanto tempo sem a presença dela – que liberou aquele cheiro que lhe é familiar.

Não, não! Ela não vai ficar. Ela não quer compromisso com Pilões este ano, - pelo menos é isso que se depreende de sua indiferença e desfaçatez impudente.

Saudades!?... Que saudade, se ela pouco esteve presente entre nós este ano? Abandonou-nos sem dó, sem piedade, ‘desclorofilando’ nossas árvores, deixando-as expostas ao sol inclemente e ao fogo impiedoso e arrasador.

Que venha 2013! Com novos ares. Com novas chuvas.

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