segunda-feira, 11 de outubro de 2010

LIVRE PARA DECIDIR

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A pressão psicológica foi intensa: as ameaças tingiam de medo o imaginário coletivo dos que têm a perder nesses momentos de renovação de poder no Estado; frases intimidativas açoitavam a paz e o sono de pessoas pequenas na sua densidade política, - o voto lhes era o maior patrimônio; chantagens econômicas soavam impunemente, incessantemente, friamente; a máxima de Nicolau Maquiavel - colocada na sua tradução mais escusa e errônea - fazia a ordem do dia, e todos os dias. Foi um verdadeiro massacre de inocentes, - a inquisição religiosa aplicada à política em pleno século XXI. Muitas lideranças locais que sofriam o drama de uma potencial perseguição política no âmbito de seus municípios - seja perseguição perpetrada por forças domésticas ou estaduais, e que tinham sempre o mesmo propósito: de submetê-los ou alijá-los do processo democrático -, após o 1º turno, e diante do resultado dele advindo, arrancaram-se dos grilhões que as imobilizavam e estão prontas para colocarem suas contribuições nas urnas de 31 de outubro próximo.
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Há casos de vereadores, e de ex-vereadores e de políticos em geral que têm parentes ou aliados seus atrelados ao governo através de contratos precários - aquele tipo de contrato que pode ser rescindido a qualquer momento, com motivações as mais díspares possíveis -, e que por isso mesmo não entraram em campanha, ou se entraram foi de forma tímida e em segredo, agora não vão mais guardar suas armas e suas influências durante essa segunda etapa da eleição. Vão todos tomarem em público a posição que guardam no coração. Essa posição guardada em segredo - não só por lideranças atormentadas, mas por muitos eleitores comuns - talvez tenha sido um dos motivos da disparidade entre pesquisa científica e resultado das urnas.
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Outro fator que pode influenciar no resultado do segundo turno é o elevado número de voto nulo, e de voto branco. Menos esse e mais aquele pode ter sido fruto de dificuldade encontrada por uma boa parcela do eleitorado diante de uma longa lista de votos em uma mesma eleição. Agora são só dois votos. A probabilidade de erro caiu vertiginosamente.
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Emancipados psicologicamente das ameaças políticas, por um lado; afastados da possibilidade de erros, por outro, os eleitores têm tudo para fazerem do próximo governante paraibano mais um a ultrapassar a barreira do um milhão de votos.

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