segunda-feira, 3 de maio de 2010

O ESCOLHIDO

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A pouco mais de cinco meses da eleição para Governador, Pilões sussurra sua preferência aos quatro cantos do Estado.
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Praticamente estão colocadas as fichas na mesa. Como a candidatura de Cícero Lucena caminha a passos largos para os arquivos da imprensa estadual, resta aos paraibanos escolher entre Ricardo Coutinho (PSB) - ex-prefeito de João Pessoa - e o atual ocupante do Palácio da Redenção, José Maranhão (PMDB). As outras candidaturas, chamadas de 'nanicas', não têm o poder de influir no resultado final. Na realidade vai ser um "tête-à-tête" entre Ricardo e Maranhão. Maranhão, tendo às mãos a chave do cofre e uma chibata arregimentando prefeitinhos do interior; e Ricardo, com uma boa avaliação frete à Prefeitura da Capital, a simpatia dos grandes centros urbanos e o apoio do ex-governador cassado Cássio Cunha Lima. Vai ser uma luta de Titãs.
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Mesmo sendo um pequeno município do interior paraibano, com pouco mais de 6300 eleitores inscritos, e tendo o Prefeito Coca (PP) como um entusiasmado apoiador da candidato Maranhão, Pilões tende a votar maciçamente em Ricardo Coutinho. Menos pelo que o eleitor sabe do político Ricardo, e mais pelo que conhece do político Maranhão. Ironicamente, Maranhão é o maior cabo eleitoral de Ricardo Coutinho junta ao eleitor pilonense.
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A aversão a Zé Maranhão surgiu quando em 2002, então Governador do Estado, ele prometeu o asfaltamento da estrada que liga Pilões a Cuitegi (PB 077), e lançou a pedra fundamental da obra. As máquinas realmente chegaram ao Município, montou-se o canteiro de obras, começaram a cortar montanhas e aterrar vales, só que de maneira tímida, como que de propósito. A população começou a desconfiar que se tratasse de um engodo político. E foi!... Findo o primeiro turno das eleições, as máquinas, que só alisavam as paredes dos cortes das estradas, desligaram seus motores. Após o resultado do segundo turno, que deu vitória a Cássio, as máquinas foram retiradas, sorrateiramente, do canteiro de obras para nunca mais voltares. Grande parte desse melodrama se deu já no governo de Roberto Paulino, mas a população até hoje credita o engodo a Maranhão.
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Outra queixa, essa ainda mais grave, diz respeito ao fato do Governo Maranhão III, no início desse ano, ter vetado a Lei aprovada pela Assembleia Legislativa que reconhecia o direito de Pilões sobre os territórios de Chã dos Cordeiros, Lagoa do Mato, Fechado, Chã de Pau d arco e parte do Engenho Pinturas de Cima. Território que soma 21 quilômetros quadrados e que sempre pertenceram ao Município de Pilões, desde sua emancipação em 1953. A canetada de Maranhão custou ao nosso Município a perda de um terço de suas terras. Esse pedaço foi entregue a Arara, reduto eleitoral da deputada e sobrinha do Governador Olenka Maranhão. Inclusive há uma declaração do Prefeito de Arara feita ao Prefeito de Pilões que define bem a trama palaciana: "Eu só tenho interesse no número de habitantes para aumentarmos nosso coeficiente junto ao FPM, depois pode pegar de volta". (huuuaaaalllll !!!!!!)
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Some-se a tudo isso, o fato de Maranhão ser identificado por todos os pilonenses como o usurpador do mandato legítimo de Cássio, escolhido inclusive, por Pilões, na eleição de 2006.
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O Prefeito Coca tem feito um trabalho incansável para mudar essa realidade. Sempre que tem uma oportunidade exalta as qualidades do Governador, cobra lealdade a sua equipe, propaga os diversos convênios com o Estado. Não obstante a tudo isso, agiganta-se o fantasma da derrota de Maranhão em Pilões. Continuando a tendência - e se eu conheço bem o povo de minha cidade, como imagino conhecer - vai ser na razão de 3 x 1. Esses são os números que ouço, sussurrados por estudantes, agricultores, funcionários públicos e bolsistas do Governo Federal.
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