Por volta das 8:40h da noite desta sexta-feira (09-05-2008) quatro homens fortemente armados e usando coletes de segurança renderam o moto-taxista Lândio e levaram-lhe a moto.
Isso se deu a menos de 4 km do centro da cidade, no engenho Olho d Água. Lândio, que retornava do PA São Francisco onde deixou um passageiro de nome Aluízio, conduzia sua moto quando cruzou com um Fiat uno 4 portas de cor azul escuro que lhe cortou luz. Pensando ser um sinal de que havia animal na pista, o moto-taxista reduziu a velocidade. Os condutores do Uno fizeram meia-volta e saíram em sua perseguição. Quando percebeu o perigo, o motoqueiro tentou acelerar mas já era tarde: sua moto foi ultrapassada e fechada pelo veículo. Três dos 4 ocupantes saíram do carro já com armas em punho. Se dizendo policiais, foram logo chamando o rapaz de ladrão, mandando que ele descesse da moto e lhes entregasse os documentos e celular. Assustado com as armas apontadas em sua direção, Lândio fez o que realmente deve ser feito nessas situações: não reagiu. Em seguida, os bandidos o mandaram entrar no matagal sem olhar para trás. E foi o que fez. Chegando a Pilões de carona em uma moto de um colega, a vítima procurou a polícia que por sua vez não pôde fazer muita coisa por causa da situação da viatura policial que serve ao município. Além do estado de conservação precária, a viatura não dispunha de combustível. Lândio - que comprou sua moto com muito sacrifício, muita luta e muito trabalho, recolhendo religiosamente os tributos devidos, que não foram poucos - acabou ficando sem a devida assistência do Estado no momento da precisão. Assistência pela qual Lândio pagou antecipadamente recolhendo os impostos.
Pergunta-se: de quem é a culpa? - A culpa é daquele que compra uma moto roubada, gerando demanda e fomentando esse ¨mercado¨ perverso. É também dos governos que não se importam com o cidadão: do governo estadual por não fornecer os instrumentos necessários ao bom desempenho dos policiais, que nesses momentos ficam de mãos atadas; igualmente é culpa dos governos municipais por não cobrarem mais segurança para os seus municípios, achando que não é da sua competência zelar pelo bem-estar dos seus governados, numa reedição da frase bíblica: EU LAVO AS MINHAS MÃOS.
A Constituição atribui aos Estados o dever de dar segurança ao cidadão, mas isso não exime os demais entes da Federação de contribuir para a eficácia das políticas voltadas para esse fim.
Cá ficamos nós, entre a ganância de uns e o desprezo de outros; entre a incompetência do Estado e a apatia do Município. Literalmente, entre a cruz e a espada.
- "É uma vergonha!"
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