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Fernando Pessoa é singular. É o maior poeta de todos os tempos da lingua portuguesa. Maior até do que Camões, que nos brindou com memoráveis épicos.
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A grandeza de Camões para a poesia universal é inegábel. Inegável também, é a contribuição que esse autor português do século XVI deu à história, ao escrever sobre as grandes navegações empreendidas por sua pátria: sua poesia nos permitiu entender o seu tempo; perpetuou a grandeza e a glória de Portugal, e seus feitos nos mares desconhecidos; consolidou a lingua portuguesa:
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;"
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Fernando Pessoa foi mais intenso, mais eclético, mais completo, mais complexo. Pôs alma em tudo que fez e disse. Cantou amores, paixões, desilusões como nenhum outro fez em lingua portuguesa. Pessoa é poesia:
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
e mais:
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."
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